Em 23 de maio de 2025, o Governo Federal jogou uma bomba no mercado com o Decreto nº 12.466, que aumentou as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para várias operações. Para startups, que já lidam com orçamentos apertados e captações complexas, essas mudanças podem pesar no bolso — de operações de crédito a transações internacionais. No blog da Bonuz, descomplicamos as novas regras, mostramos como elas afetam SAFEs, mútuos conversíveis, crédito empresarial, criptomoedas e mais, e te damos dicas para proteger sua startup. Bora entender o que mudou e como se planejar? 🚀
O Que é IOF e o Que Muda em 2025?
O IOF é um imposto federal cobrado em operações de crédito, câmbio, seguros e títulos/valores mobiliários. É uma taxa que pode encarecer desde um empréstimo até uma compra internacional no cartão. O Decreto nº 12.466/2025, publicado em 22 de maio, trouxe aumentos significativos nas alíquotas, com impacto imediato a partir de 23 de maio, e algumas regras específicas a partir de 1º de junho (como financiamento de fornecedores). Segundo o Ministério da Fazenda, a medida visa arrecadar R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026, mas gerou críticas por elevar custos para empresas e investidores.
As principais mudanças incluem:
- Crédito empresarial: Alíquota fixa subiu de 0,38% para 0,95% para empresas (exceto MEIs, que mantêm 0,38%), mais taxas diárias variáveis.
- Operações internacionais: IOF em transações com cartão de crédito, Conta Global e compras no exterior passou para 3,5% (antes, até 1,1% em alguns casos).
- Criptomoedas: Compra e venda em reais agora têm IOF de 3,5%, mas trocas entre criptos seguem isentas.
- Outros: Financiamento de fornecedores (ex.: “risco sacado”) será tributado como crédito a partir de 1º de junho.
Mas como isso afeta o dia a dia de uma startup? Vamos por partes.
Impacto nas Operações de Startups
1. SAFEs e Mútuos Conversíveis: Afeta ou Não?
SAFEs (Simple Agreement for Future Equity) e mútuos conversíveis são instrumentos comuns para captação de startups, permitindo que investidores injetem capital em troca de participação futura. A boa notícia? O IOF não incide diretamente sobre SAFEs ou mútuos conversíveis, já que eles são classificados como investimentos (equity) ou contratos de dívida conversível, não como operações de crédito tradicionais.
Porém, há pegadinhas:
- Conversão de moeda: Se o SAFE ou mútuo envolve investidores estrangeiros e a entrada de capital requer câmbio (ex.: dólares para reais), o IOF de 3,5% nas transações de câmbio pode encarecer a operação. Exemplo: Um investidor dos EUA aporta US$ 100 mil (R$ 575 mil, a R$ 5,75). O IOF de 3,5% adiciona R$ 20.125 ao custo.
- Dívida associada: Se o mútuo conversível inclui juros ou é estruturado como empréstimo antes da conversão, a alíquota de 0,95% (mais taxas diárias) pode ser aplicada, dependendo do contrato. A startup EticIA, de Recife, enfrentou isso ao captar com um fundo internacional: o mútuo teve IOF por causa de cláusulas de dívida.
Lição: Estruture SAFEs e mútuos com cuidado. Se envolver câmbio, negocie quem arca com o IOF. A Bonuz pode revisar esses contratos pra evitar surpresas.
2. Crédito Empresarial: Mais Caro pra Crescer
Startups dependem de crédito para fluxo de caixa, expansão ou até pagar fornecedores. As novas alíquotas tornam isso mais caro:
- Empresas gerais: Alíquota fixa de 0,95% (era 0,38%) + taxa diária de 0,0082%, com teto de 3,95% ao ano.
- Simples Nacional: Alíquota fixa de 0,95% + taxa diária de 0,00274%, com teto de 1,95% ao ano.
- MEIs: Mantêm 0,38% fixo, mas com taxa diária variável.
Exemplo: Uma startup no Simples Nacional pega R$ 500 mil por 180 dias. O IOF será R$ 4.750 (0,95%) + R$ 2.466 (0,00274% x 180 dias x R$ 500 mil), totalizando R$ 7.216. Antes, seria cerca de R$ 4.400. Esse aumento pode apertar margens, especialmente para startups em fase inicial, como a Genomika, que usa crédito para escalar testes genéticos.
Lição: Reavalie linhas de crédito e priorize prazos mais longos (acima de 364 dias), que podem ter IOF zero em alguns casos.
3. Operações Internacionais: Custo Extra no Global
Muitas startups brasileiras operam globalmente, seja com fornecedores estrangeiros ou clientes internacionais. O IOF de 3,5% em transações como:
- Cartão de crédito internacional: Compras de software (ex.: AWS, Google Cloud) ou anúncios (Meta, Google Ads) ficam mais caras.
- Conta Global: Transferências para contas no exterior (ex.: pagar freelancers ou importar insumos) agora custam 3,5%, contra 1,1% antes.
Exemplo: A BioAtiva, de Manaus, gasta R$ 50 mil/mês em serviços de cloud no exterior. O IOF subiu de R$ 550 (1,1%) para R$ 1.750 (3,5%), um acréscimo de R$ 14.400 por ano. Isso pode forçar ajustes em preços ou cortes em outros investimentos.
Lição: Considere absorver o IOF ou repassá-lo aos clientes, mas comunique claramente. Ferramentas como a Conta Global da Bonuz podem ajudar a otimizar essas transações.
4. Criptomoedas: Novas Regras, Velhos Cuidados
Startups no setor de blockchain ou que aceitam cripto como pagamento agora enfrentam IOF de 3,5% na compra e venda de criptomoedas em reais. Trocas entre criptos (ex.: Bitcoin por Ethereum) seguem isentas. Isso impacta:
- Captação: Startups que levantam fundos via tokens podem ter custos extras ao converter para reais.
- Operações: Empresas como exchanges ou marketplaces de NFTs terão margens menores.
Exemplo: Uma startup de NFTs vende R$ 100 mil em tokens convertidos de reais. O IOF de 3,5% custa R$ 3.500 por transação, reduzindo o lucro.
Lição: Planeje conversões em reais com antecedência e explore trocas entre criptos para evitar o IOF.
Por Que Isso Dói nas Startups?
Startups operam com margens apertadas e dependem de captações, crédito e operações globais. O aumento do IOF:
- Eleva custos operacionais: Crédito mais caro e transações internacionais pesam no caixa.
- Atrasa captações: Investidores estrangeiros podem hesitar com o IOF de 3,5% no câmbio.
- Reduz competitividade: Startups brasileiras ficam menos atraentes frente a concorrentes em países com menos impostos.
O mercado reagiu mal: o dólar futuro subiu 1,87% após o anúncio, e o Ibovespa futuro caiu 1,93%. No X, empreendedores criticaram o aumento, prevendo impacto em crédito e crescimento.
Como Mitigar o Impacto?
As novas regras são um desafio, mas dá pra navegar com estratégia:
- Revise contratos de captação: Em SAFEs e mútuos, negocie cláusulas claras sobre quem paga o IOF em transações de câmbio. A EticIA fez isso e economizou R$ 30 mil numa rodada.
- Otimize crédito: Busque prazos acima de 364 dias pra reduzir ou zerar o IOF. Bancos digitais e fintechs podem ter opções melhores que bancos tradicionais.
- Planeje operações internacionais: Use contas globais com taxas competitivas e consolide pagamentos no exterior pra reduzir transações.
- Proteja-se juridicamente: Contratos mal redigidos podem gerar IOF inesperado. A Bonuz revisa seus acordos com nosso Legal Sales Hub, com registro avulso por R$ 1.200 (em créditos) ou planos a partir de R$ 300/mês, que incluem suporte jurídico completo.
E Agora?
As novas regras do IOF em 2025 são um obstáculo, mas não um beco sem saída. Com planejamento, startups podem minimizar o impacto e continuar crescendo. Na Bonuz, a gente te ajuda a estruturar captações, revisar contratos e otimizar operações com soluções jurídicas descomplicadas. Fala com a gente e bora blindar seu negócio!
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