No último mês, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a intenção de elevar as tarifas de importação em até 50% sobre todos os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto de 2025. Essa medida tem como pano de fundo tensões políticas e jurídicas entre os dois países, mas as consequências irão além da diplomacia, afetando diretamente o ecossistema empreendedor brasileiro, especialmente as startups.
O que muda para as startups brasileiras com as tarifas americanas?
Apesar do foco inicial das tarifas recair sobre produtos tradicionais das exportações brasileiras — como commodities, carne, café e automóveis —os efeitos indiretos para as startups podem ser profundos:
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Aumento do custo de insumos e equipamentos importados dos EUA: Startups que dependem de hardware, software e tecnologias produzidas nos EUA terão custos elevados, reduzindo suas margens e até mesmo inviabilizando o acesso a certas tecnologias de ponta.
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Dificuldade na internacionalização e exportação: Startups cujo modelo de negócio envolve exportar produtos ou serviços para os EUA enfrentarão barreiras econômicas significativas, com preços menos competitivos e perda de mercado.
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Pressão sobre cadeias produtivas e parceiros: Mesmo aquelas startups que atuam nacionalmente podem sofrer efeito cascata em suas operações, por conta do impacto sobre fornecedores e parceiros que exportam para os EUA, o que pode levar a atrasos, elevação de custos e redução de investimentos.
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Redução no fluxo de investimentos estrangeiros: Investidores americanos podem se tornar mais cautelosos, impactando captações de capital, especialmente em setores tecnológicos e industriais ligados ao comércio bilateral.
E se o governo Lula responder com tarifas recíprocas?
Lula já deu sinais de que medidas de retaliação serão colocadas em prática, aplicando tarifas equivalentes sobre produtos americanos no Brasil. Para startups, isso também pode trazer desafios e algumas oportunidades:
Aspectos | Impactos Negativos | Possíveis Oportunidades |
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Acesso a equipamentos e insumos americanos | Aumento dos custos e dificuldade no acesso a tecnologias necessárias para o negócio | Incentivo à busca por alternativas nacionais ou em outros mercados, estimulando fornecedores locais e inovação tecnológica |
Fluxo de comércio e logística | Atrasos e maior complexidade em comércio exterior, impactando negócios ligados à cadeia de suprimentos internacional | Estímulo à diversificação dos mercados de exportação e importação para países fora dos EUA, fortalecendo resiliência |
Investimentos externos | Redução potencial de capital americano no Brasil | Potencial crescimento na atração de fundos latino-americanos, europeus e asiáticos buscando oportunidades em startups brasileiras |
Ambiente de negócios e confiança | Aumento da incerteza em relação à política econômica e comercial | Oportunidade para startups fortalecerem controle financeiro, gestão de riscos e agilidade estratégica |
Recomendações para startups neste cenário de tensão comercial
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Faça um mapeamento detalhado da origem dos custos internos, identificando itens e insumos sujeitos às tarifas e buscando alternativas nacionais ou internacionais fora do EUA.
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Reveja estratégias de internacionalização, priorizando diversificação de mercados para mitigar o impacto da perda de competitividade nos EUA.
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Fortaleça a governança financeira, criandoum colchão de caixa e reavaliando preços e condições comerciais para ajustar os impactos do aumento de custos.
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Entenda os aspectos legais e regulatórios das tarifas, pois podem existir mecanismos de compensação e ferramentas jurídicas que minimizam o impacto.
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Aposte em inovação local, aproveitando incentivos governamentais para fortalecer a cadeia produtiva nacional, reduzindo a dependência externa.
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Busque apoio jurídico especializado, como o oferecido pelo Bonuz Legal Sales Hub, para orientar nas questões contratuais, proteção de propriedade intelectual e negociações complexas neste cenário.
Conclusão
A ameaça dos 50% de tarifas impostas por Trump representa um choque do sistema comercial bilateral que pode impactar startups brasileiras de forma direta e indireta. A possível retaliação de Lula, embora legítima e esperada, pode aprofundar um cenário de tensão, elevando custos, gerando insegurança e desafiando a sustentabilidade dos negócios inovadores.
Contudo, além dos riscos, esse momento exige das startups resiliência e capacidade estratégica para diversificar mercados, fortalecer fornecedores locais e adaptar-se rapidamente. A boa governança, o planejamento financeiro e o suporte jurídico especializado serão ferramentas essenciais para que empreendedores atravessem esse período com segurança e aproveitem novas oportunidades.
Na Bonuz, estamos prontos para ajudar sua startup a se preparar para esses desafios, oferecendo conteúdo estratégico e apoio jurídico com foco no crescimento sustentável.