A proteção do ativo mais valioso de uma Startup: o Captable

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É muito comum discutir o que merece ser protegido no início de um projeto: a ideia, as pessoas, as expectativas. Tudo é muito relevante, e é importante alinhar todas as expectativas dos founders, eventuais investidores com o projeto, mas o principal ponto para discussão é o Cap Table, ou seja, como será a participação societária das pessoas no projeto, pois isso é um dos pontos de maior impacto quando algum investidor analisa seu negócio.

 

Ter investidores com mais de 10% do capital social, possuir advisors que tem opção de compra na empresa por participações excessivas, regras de anti diluição por períodos muito longos, inclusive colocar esposa no contrato social são erros comuns que o empreendedor comete, e que muitas vezes acaba pagando caro a médio e longo prazo quando abre uma rodada de captação.

 

É típico os executivos esperarem diluições entre 14 a 25% nas rodadas de investimento a partir de seed. Esta diluição parece ser inferior na primeira e últimas rodadas, considerando o pico nas rodadas de Series A e B, conforme demonstra gráfico abaixo de estudo elaborado pela CapShare:

Assim, é de se esperar que seu negócio esteja preparado para diluições aproximadas ao informado acima. Ao mesmo tempo considerar também como deve figurar, de forma aproximada, o cap table da Companhia de acordo com cada estágio. Abaixo gráfico do mesmo estudo demonstrando a participação dos Fundadores (laranja) e dos Investidores (azul claro) em cada estágio:

Mas, e ai? Quais formas você consegue proteger melhor seu cap table nesta jornada, que não será curta? Alinhei abaixo algumas pequenas dicas que podem te ajudar e demonstrar ao potencial investidor que você tem controle e é uma pessoa que se preocupa com isso.

 

– Alinhamento de expectativas com fundadores e funcionários/colaboradores: Ter sempre este alinhamento de expectativa com todos e qual participação cada um terá de acordo com o atingimento de metas ou não;

 

– Memorando de Investimentos entre Founders: Antes de abrir o negócio, em fase de teste, fazer um contrato entre os Founders, deixando claro as expectativas de cada um no projeto e qual a participação que cada um terá no negócio são muito relevantes;

 

– Formalização de Contratos de Vesting: Não adianta ficar só na conversa, tem que formalizar e colocar no papel. O vesting é uma forma de reter os talentos na empresa e que você imagina que podem acompanhar a jornada de sua empresa;

 

– Cliff e cláusulas de recompra: Por mais que você acredita no seu colaborador tem que ter proteção contratual, assim definir um prazo de Cliff (período que ele estará sendo “testado”e se sair não leva nada de participação) e cláusulas de recompra caso ocorra quebra contratual são importantes;

 

Acordo de Sócios: Criar uma governança entre os Sócios da Companhia é algo que sempre é importante, já deixar combinada as regras do jogo, e idealmente já deixar isso combinado desde o começo;

 

– Estar alinhado com seus investidores e mentores do mercado: Conversar é sempre bom, então procure conversar com fundos e mentores de mercado o que sugerem para o seu Cap Table e se ele está atrativo para investimentos;

 

O equity de uma empresa é algo muito valioso, não deixe esse alinhamento para última hora, pode perder tempo mas a recompensa é muito boa, pois já irá te preparar para rodadas, além de deixar mais seguro as pessoas que estão com você no projeto.

 

Artigo feito por Arthur Braga Nascimento, CEO e Fundador da Bonuz.

 

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